Os resultados definitivos das eleições legislativas realizadas na Geórgia no final de outubro confirmaram a vitória do partido no poder, anunciou hoje a Comissão Eleitoral deste país do Cáucaso.
O processo eleitoral tem sido criticado pela oposição, que falou numa eleição "roubada", tendo o Ocidente pedido investigações.
O partido no poder, Sonho Georgiano, acusado pelos seus detratores de autoritarismo pró-russo, obteve 53,93% dos votos contra 37,79% de uma aliança de partidos da oposição, segundo os resultados definitivos divulgados pela Comissão, citados pela AFP.
Os líderes da oposição do país do Cáucaso prometeram boicotar as sessões do parlamento e realizar protestos regulares até que as suas exigências sejam satisfeitas.
Os observadores eleitorais europeus afirmaram que as eleições decorreram num ambiente de divisão, marcado por casos de suborno, dupla votação e violência física.
A oposição acusou o Sonho Georgiano, criado por Bidzina Ivanishvili, um bilionário obscuro que fez fortuna na Rússia, de se tornar cada vez mais autoritário e inclinado para Moscovo.
Recentemente, adotou leis semelhantes às utilizadas pelo Kremlin para reprimir a liberdade de expressão e os direitos LGBTQ+.
A Presidente Salome Zourabichvili, que rejeitou os resultados oficiais, diz que a Geórgia foi vítima da pressão de Moscovo contra a adesão à UE e apelou para a realização de novas eleições legislativas.
Zourabichvili, que dispõe de poderes limitados, instou os Estados Unidos e a UE a apoiarem as manifestações.
Washington e Bruxelas já apelaram a uma investigação a fundo das eleições, enquanto o Kremlin rejeitou as acusações de interferência.
Muitos georgianos consideraram as eleições legislações como um referendo fundamental sobre o esforço do país para aderir à UE.
A UE suspendeu indefinidamente o processo de pedido de adesão da Geórgia devido à aprovação, em junho, de uma "lei de influência estrangeira" ao estilo russo.